quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bivacar - Um mal (as vezes) necessário.


Bivacar significa básicamente "estacionar ao ar livre" é uma prática ancestral desenvolvida desde os primórdios da civilização e está intrinsecamente atada a evolução humana. Pode-se dizer que bivacar é uma forma rústica de criar um abrigo se valendo de criatividade e improviso seja com pedras, roupas, cadarços de sapato ou mesmo em abrigos naturais com árvores e reentrâncias de uma rocha por exemplo. Do inglês 'bivy' ou do francês 'bivouac' a palavra bivaque indica a prática do impoviso em pernoitar ou se abrigar nas áreas naturais sem possuir equipamentos específicos de camping.

O bivaque foi durante anos (ou séculos) praticado e divulgado por exploradores, exércitos e mais recentemente também por escoteiros, entretanto os mesmos realizavam o bivaque de uma forma predatória e de alto impacto na Natureza valendo-se indiscriminadamente dos recursos disponíveis para o improviso de abrigos e diversas outras ferramentas úteis aos propósitos de suas atividades, deixando sempre para trás montes de árvores cortadas e vegetação derrubada. Hoje não existe mais desculpas para prática de tal ato, salvo alguma emergência em caso de queda de aeronaves, náufragos ou pessoas perdidas em matas.




Existem infelizmente até os dias de hoje pessoas que praticam o bivaque predatório desconhecendo ou fazendo vista grossa para o fato de que não nos resta muitas áreas de floresta nos dias de hoje, e que é muito fácil obtermos alguns ítens reutilizaveis para a realização de um bivaque sem degradar a natureza, como toldos de nylon, cordins, sacos plásticos, etc.






Na minha opinião o melhor bivaque nos dias de hoje é o do tipo planejado, ou seja, no qual o excursionista leva consigo alguns apetrechos que o permitam improvizar um abrigo em qualquer terreno tais como lonas plásticas, toldos de nylon que serão articulados juntamente com características de algum abrigo natural que o terreno possa proporcionar bem como pedras e vegetação morta, como galhos e folhas. O beneficio principal nessa prática é fazer com que o excursionista diminua drásticamente o peso de sua bagagem, fazendo com que o mesmo tenham maior desempenho ao percorrer uma rota, no caso de um montanhista por exemplo. Isso tudo a custa de um pouco de desconforto pois tudo tem um preço.

Existem também alguns ítens pré-fabricados de bivaques como redes, toldos que viram barracas se acoplados aos bastões de caminhada e também sacos de bivaque que funciona como um casulo onde o montanhista entra juntamemente com seu equipamento e fica protegido das intempéres, veja abaixo alguns modelos de bivaque.

Um bivaque é sempre uma ótima forma de se fazer um excelente programa de índio no melhor dos estilos "perrengue controlado" que eu particularmente ADORO!

Boas escaladas e caminhadas para todos,

André Zancanaro.

Bivaque com rede.

Bivaque aproveitando uma árvore como suporte



Bivaque em abrigo natural


Bivaque hi-teck com abrigo acoplado a bicicleta utilizando uma de suas rodas como suporte.

Saco de bivaque impermeável.

domingo, 26 de abril de 2009

Guias Obrigatórios - Pedido de Informações

Pessoal,

Muitos montanhistas já sabem outros talvez ainda não. Ano passado o Ministro Carlos Minc do MMA editou uma portaria que acaba com a obrigatoriedade da contratação de guias em Unidades de Conservação Federais. Embora imperfeito, o texto é um grande passo de nosso trabalho junto aos órgãos públicos visando o acesso irrestrito às áreas de escalada e caminhada.

Entretanto ainda existem algumas UC`s que continuam exigindo a contratação de guias para qualquer visitante. Temos informações recentes sobre o Parque Nacional da Serra da Canastra, por exemplo, que está exigindo a contratação de guias para realizar a caminhada da Casca Danta, uma trilha tranquila de apenas 3 km de extensão, alegando que alguns trechos estão com erosão.

Para que possamos solicitar ao Ministro que a norma seja de fato aplicada, precisamos de informações ATUALIZADAS sobre os procedimentos adotados nos Parques Nacionais de todo o Brasil.

Nesse sentido, pedimos encarecidamente a todos os Montanhistas que nos relatem a situação dos Parques Nacionais que visitaram recentemente quanto a exigência da contratação de guias para acesso às trilhas ou áreas de escalada. Temos especial interesse em saber como andam as coisas na Chapada dos Veadeiros, na Serra Geral e nos Aparados da Serra, entre outros.

Contamos com a ajuda de todos também para repassar esse apelo a outras listas de discussão de Montanhismo a que tenham acesso. Os relatos podem ser enviados para meu e-mail abaixo.

Agradeço pelo interesse e pela colaboração.

Silverio Nery
Presidente da CBME (Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada)
silverio@webcable.com.br

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Reportagem da Globo sobre a Petro-Tere.

Por incrível que pareça o grupo Azimutantes estava na trilha nos dias que essa reportagem foi gravada, confiram:




No link abaixo você pode conferir o nosso vídeo dessa mesma travessia
http://azimutantes.blogspot.com/2008/09/duas-novidades.html

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Travessia Marins - Itaguaré 2009



Nesse último feriado (10/04/2009) fizemos pela primeira vez a travessia Marins - Itaguaré. Localizada na serra da Mantiqueira, na divisa São Paulo / Minas Gerais tem o seu início na cidade de Piquete-SP. Gostei bastante da travessia tanto pela beleza do lugar como pela parte técnica, existem várias escalaminhadas ao longo da trilha o que torna essa travessia bastante exigente no preparo físico.

Deixamos os carros no Acampamento Base Marins com o Milton e pegamos a estrada em direção ao morro do Careca que é onde a trilha começa realmente.

Parada para arrumar as tralhas e apreciar o tapete de núvens no morro do careca.

Marcelo e Weberson na subida da trilha para o Pico dos Marins.

Ao final da primeira parte da trilha para o pico paramos para um lanchinho rápido.

Márcio na trilha um pouco antes do trecho de trepa pedras, que aliás serão vários trechos ao longo da travessia.

Onde está o AleX-Men? Pela foto dá para ter uma idéia da imensidão do lugar.

Para o primeiro camping optamos pelo cume do Marins devido ao bom tempo que estava fazendo e estarmos com o cronograma adiantado.

No cume do Marins a Lua cheia dispensou o uso de lanternas.

Só o céu aberto e estrelado já valeu a pena a esticada até o topo.

O nascer do sol com a Serra Fina ao fundo e um pouco mais próximo na esquerda o nosso objetivo para o final do dia: O Itaguaré.

No outro lado a lua cheia ainda continuava no céu.

Olha a cara de felicidade do Márcio ao amanhecer. Ele não morde não!!!

Trecho com auxilio de corda na descida do Marinsinho sentido pedra redonda.

O céu azul e aberto de outono anunciava mais um dia de sol no lombo!

Silas descansando com o Marinsinho ao fundo.

Sérjão, mais conhecido como "Puma" da montanha!!!

Finalmente a Pedra Redonda está chegando, do Marins até ela levamos 3 horas. Passando a pedra redonda existe uma área de camping porém não existe água. Todo o trecho do segundo dia é feito sem água, ou seja, abastecer antes de sair no riacho da base do Marins.

Weberson brincando na Pedra Redonda, tentamos achar o tal livro mas não encontramos.

O Itaguaré está mais próximo mas ainda tem chão pra chegar na área de camping.

Paradinha pra foto.

Chegamos na área de camping do Itaguaré no final do dia, foi o tempo de pegarmos água, armarmos as barracas, trocarmos de roupas e o sol se foi. A foto foi do amanhecer e deixamos a subida do Itaguaré para a próxima vez pois tinhamos marcado o resgate e não sabiamos quanto tempo gastariamos na descida. Do camping até a estrada gastamos 1:50, a descida é forte por uma trilha cheia de erosões o que acaba com os joelhos.

O grupo foi composto por seis pessoas, da esquerda pra direita: Márcio, Marcelo, Alex, Weberson, Silas e Sérgio.

Dicas:

Recomendo a visita ao excelente site www.marinzeiro.com que contém muitas dicas sobre a região, como chegar, etc. Aproveito e deixo aqui meus parabéns ao autor pelo ótimo trabalho.

Camping:

No primeiro dia na região do Pico dos Marins existem uns 3 ou 4 pontos de acampamento, o primeiro é ao lado do riacho e não tem erro, o segundo deve estar a uns 20 minutos do riacho em direção ao cume, antes da parede de aderência. Após a subida das aderências mas antes da trilha final existe outra área de camping também mas sugiro já que chegou até ali ir para o topo que tem boas áreas de camping e o visual de lá de cima. Para quem está fazendo a travessia acho que a melhor opção é o camping do riacho.

No segundo dia pode-se acampar na área de camping passando a pedra redonda, porém NÃO TEM ÁGUA!!! Ou então ir para o Itaguaré, o que é bem mais cansativo, a área de camping do Itaguaré fica próxima de um riacho.

Estacionamento: Deixamos os carros no Milton do Acampamento Base Marins, telefone: 11-9770-1991. Para deixar o carro sai R$10,00 pelo período todo.

Resgate: O Milton também agilizou o resgate nosso no final da travessia, saiu R$120,00 para o grupo todo, e deu tudo certo, a komboza chegou uma hora antes do combinado o que foi bom pois ganhamos uma hora no nosso retorno.

No Milton ainda dá pra tomar um banho quente por R$5,00 e tomar um refrigerante ou uma cerva gelada!!!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Raridade em vídeo.

Navegando hoje pelo Youtube tive a oportunidade de me deparar com um vídeo sobre o Dedo de Deus, aparentemente do princípio da década de 1980 que retrata uma escalada a Via Leste de forma sensacional, narrando de forma emocionante a verdadeira essencia do real Montanhismo, ou seja da relação de não competitividade, de contemplação a Natureza e do companheirismo. O vídeo é de criação de Cristiano Requião, confiram: